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Barão de Mauá ganha primeira exposição de sua história

O Barão de Mauá, ou Irineu Evangelista de Sousa, ficou conhecido como o maior empreendedor de sua época por sua contribuição na transformação da sociedade escravocrata, rural e conservadora do Segundo Reinado, em republicana e industrial. Em 1846, fundou um pequeno estaleiro em Niterói, no Rio de Janeiro, que, em menos de um ano, se transformou na maior indústria do país. A trajetória desse brasileiro do século XIX será levada ao público na exposição patrocinada pela Transpetro. A mostra, instalada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, ficará aberta à visitação de 15 de julho a 10 de agosto de 2008.

A exposição faz parte das comemorações pelos dez anos da Transpetro e é resultado de pesquisa histórica e contemporânea do livro do jornalista e escritor Gilberto Maringoni, que será lançado na noite de abertura. Serão apresentados pela primeira vez o retrato a óleo do Barão de Mauá pintado por Edouard Viénot, a pá de prata usada pelo imperador Pedro II na inauguração daquela que seria a primeira estrada de ferro do Brasil; além de originais como as fotografias de George Ermakoff. Também fazem parte da instalação reproduções fotográficas, ilustrações, gravuras, quadros, mapas e documentos, alguns oriundos do Museu Histórico, do Instituto Histórico e Geográfico e de coleções particulares e que contam a trajetória daquele que em quatro décadas saiu da pobreza para se tornar a maior fortuna do país.

Durante a abertura do evento, reservada para convidados, haverá a participação especial do ator Paulo Betti, como mestre-de-cerimônias, vestido com o figurino utilizado por ele quando interpretou Irineu Evangelista de Souza no filme Mauá – O Imperador e o Rei, de Sergio Rezende. Para o público que visitar a exposição, estão sendo programados, em data a ser divulgada, a exibição do longa e um debate sobre o Barão de Mauá com a participação de Gilberto Maringoni, Paulo Betti e João Sicsú, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Sobre o Barão de Mauá

Trecho do livro: Barão de Mauá – o empreendedor (Aori, 2007), de autoria de Gilberto Maringoni

“O Barão de Mauá, ou Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889), mais do que qualquer outro empresário, encarnou a sociedade brasileira do Segundo Reinado (1840-1889). Foi proprietário de pelo menos 24 empresas, com interesses no Brasil, na Inglaterra, na França, na Argentina, no Uruguai, no Paraguai e no Chile. Negociou com presidentes, ministros, deputados, senadores, traficantes de escravos, banqueiros, juízes, advogados e mercadores de toda ordem e envolveu-se na maioria das questões relevantes do País entre os anos 1850 e 1870.

Mauá exibiu inegáveis talentos como homem de negócios, industrial e banqueiro, em um ambiente de transição econômica, quando as relações capitalistas se consolidavam entre nós. Conheceu o sucesso e a ruína.

Foi um homem de seu tempo, dotado de audácia, de habilidade e de visão únicas. Sua capacidade para coordenar iniciativas simultâneas e ousadas ficou como prelúdio de uma economia industrial complexa, que só teria lugar no Brasil a partir de 1930.”

Gaúcho de Arroio Grande, município de Jaguarão, onde nasceu no dia 28 de dezembro de 1813, iniciou seus negócios em 1846, ao fundar um pequeno estaleiro em Niterói, no Rio de Janeiro, responsável pela construção de mais de 100 navios. Em menos de um ano, essa companhia se transformou na maior indústria do país, produzindo, além de navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para encanamentos de água. Organizou companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e Amazonas, e implantou, em 1852, a primeira ferrovia brasileira, entre Petrópolis e Rio de Janeiro, além de uma companhia de gás para iluminação pública da então capital do país, em 1854. Dois anos depois, inaugurou o trecho inicial da União e Indústria, a primeira rodovia pavimentada do Brasil, entre Petrópolis e Juiz de Fora.

No fim da década de 1850, fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia., com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu, no Uruguai. Foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato em 1873 para cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária de 1864. Por seu espírito arrojado, ganhou o título Barão de Mauá em 1854 e Visconde de Mauá em 1874. Morreu em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 21 de outubro de 1889.

SERVIÇO: EXPOSIÇÃO BARÃO DE MAUÁ – O EMPREENDEDOR
Mostra de reproduções fotográficas e ilustrações, gravuras, quadros, mapas e documentos, alguns oriundos do Museu Histórico e do Instituto Histórico e Geográfico; além de originais resgatados em coleções públicas e particulares como as fotografias de George Ermakoff.

Lançamento do livro homônimo de autoria de Gilberto Maringoni, editado pela Aori e patrocinado pela Transpetro.

Ficha técnica:
Direção: Denise Carvalho
Gerência: Isabel Xavier da Silveira
Curadoria: Victor Burton
Textos: Gilberto Maringoni
Realização: Aori Produções Culturais

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março, 66 / 4º andar, Centro (3808-2020)
Inauguração: dia 14 de julho às 18h30, somente para convidados
Visitação: de 15 de julho a 10 de agosto.
Funcionamento: De 3ª a dom., de 10h às 21h.
Entrada franca