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Corte do aço: começa uma nova era para a indústria naval

Com o início do corte do aço no Estaleiro Atlântico Sul, em 5 de setembro de 2008, o Brasil dá a partida para uma nova era na sua indústria naval. Começa a construção do primeiro dos 49 navios previstos para as duas fases do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro – o Promef. Com isso, o setor já está em plena fase de revitalização: os estaleiros modernizam suas instalações e se tornam de novo competitivos. Além disso, programas especiais formam e qualificam mão-de-obra.

Um dos importantes projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o Promef foi inteiramente elaborado e executado pelo Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vai proporcionar cerca de 40 mil empregos diretos e 120 mil indiretos em suas duas etapas. A primeira fase prevê a construção de 26 navios, entre petroleiros e gaseiros, com um investimento de US$ 2,5 bilhões. Na segunda etapa serão mais 23 navios.

Na primeira fase, foram licitados dez navios Suezmax, cinco Aframax, quatro Panamax, quatro navios de produtos e três navios para transporte de gás liquefeito de petróleo (GLP). O Estaleiro Atlântico Sul está começando a construção de dez petroleiros Suezmax, a um preço global de US$ 1,2 bilhão. Os outros 16 navios desta fase serão construídos no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.  

A Transpetro lançou, no início de julho, o edital de licitação internacional para a segunda fase do Promef. Esta nova etapa prevê a licitação de 22 navios e a contratação direta de mais um, para transporte de GLP em fase de construção pelo Estaleiro Itajaí, em Santa Catarina. Serão, ao todo, sete navios DP (Posicionamento Dinâmico) – quatro Suezmax e três Aframax – oito navios de produtos, cinco gaseiros e três navios para transporte bunker (combustível para embarcações).

Na primeira fase do programa, os 26 navios somarão 2 milhões e 700 mil toneladas de porte bruto, ao custo total de US$ 2,5 bilhões. Só para essa etapa serão consumidas 440 mil toneladas de chapas grossas de aço. Na segunda fase, serão mais 23 navios, com um total de 1 milhão e 300 mil toneladas, que utilizarão 240 mil toneladas de aço.

O impacto positivo anual que o programa terá na Balança de Pagamentos será de US$ 600 milhões: US$ 330 milhões na primeira fase e US$ 270 milhões na segunda. Assim, o Promef vai ajudar a restituir a nossa soberania no setor do transporte marítimo, que representa um gasto anual de U$S 10 bilhões para o País. Deste total, menos de 4 % são pagos a armadores brasileiros. Estes números adquirem ainda maior importância quando se sabe que 80% do comércio internacional são feitos por mar. No Brasil, o percentual sobe para 95%.

O Promef não tem como objetivo principal apenas construir navios no Brasil: sua principal premissa é garantir escala para que os estaleiros voltem a adquirir, como ocorreu no passado, condições de competir internacionalmente. O País está retomando, assim, uma posição destacada no mercado mundial de navios de grande porte, como já ocorrera nas décadas de 60 e 70, quando chegou a ser o segundo maior fabricante. Os resultados do impulso representado pelo programa já são visíveis: aumentou consideravelmente o volume geral de encomendas feitas aos nossos estaleiros – incluindo pedidos de outros países.

As novas descobertas de jazidas pela Petrobras e o aumento previsto da produção estão gerando novas demandas logísticas, com reflexos sobre o Promef. A importância estratégica de construir navios no Brasil é, assim, transformada pelo programa em oportunidade de investimentos e desenvolvimento para o País.

Promef – Dados gerais

  • Primeira fase – Construção de 26 navios-petroleiros e gaseiros:  dez Suezmax, cinco Aframax,  quatro Panamx, quatro navios de produtos e três para transportar gás liquefeito de petróleo (GLP);
  • Segunda fase – Construção de 23 navios-petroleiros e gaseiros: sete navios DP (Posicionamento Dinâmico) – quatro Suezmax e três Aframax – oito navios de produtos, cinco para GLP e três para bunker (combustível de embarcação);
  • Investimento na primeira fase: US$ 2,5 bilhões;
  • Empregos diretos gerados nas duas fases: 40 mil;
  • Consumo de aço: 440 mil toneladas na primeira fase e 240 mil toneladas na segunda etapa.