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'Perdão, Mister Fiel' ganha dois prêmios no Festival de Brasília

O primeiro filme a receber apoio da Transpetro, Perdão, Mister Fiel, foi um dos vencedores do 42º Festival de Cinema de Brasília, encerrado no dia 24 de novembro, na Capital Federal.

O documentário, que conta a vida do operário alagoano Manoel Fiel Filho, morto sob tortura no DOI-Codi de São Paulo, em 1976, foi contemplado com dois prêmios. Um deles é o de melhor longa em 35 mm, concedido pelo júri da Câmara Legislativa do Distrito Federal a produções exclusivas do Distrito Federal, no valor de R$ 75 mil. E o Prêmio “Quanta”, de R$ 10 mil em equipamentos de iluminação e maquinaria. Jorge Oliveira, diretor do filme, dividirá R$ 75 mil com Thereza de Lourdes Fiel, viúva de Manoel Fiel Filho.

Perdão, Mister Fiel, longa-metragem de 95 minutos apoiado pela Transpetro, Petrobras e Eletrobrás, além da Chesf, da Engevix, Companhia Energética de Alagoas e do governo de Alagoas, traz revelações inéditas sobre o período da ditadura no Brasil. Entre os entrevistados está o presidente Lula que fala sobre o regime militar, a tortura e os exilados.

Em um dos depoimentos mais polêmicos, Marival Chaves, ex-agente do DOI-Codi, conta em detalhes como os torturadores agiam nos porões da ditadura, matando e esquartejando suas vítimas para que os corpos não fossem descobertos.

O documentário foi rodado em Quebrangulo (AL), onde Manoel Fiel Filho nasceu, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília. Embora as cenas de reconstituição da história do operário tenham sido editadas em preto e branco, chamam a atenção os detalhes em cores em muitas delas, desde a sequência da viagem de Fiel para São Paulo, na década de 40, até sua morte.

A previsão é de o filme estrear em circuito nacional no primeiro semestre de 2010.