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Projeto educacional alfabetiza trabalhadores em Campos Elíseos

 

Um grupo de oito empregados contratados do Terminal de Campos Elíseos, em Duque de Caxias (RJ), aproveitou o programa de Responsabilidade Social implantado pela Transpetro para aprender a ler e a escrever. Os alunos, todos maiores de idade, foram alfabetizados pelo Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que também formou duas pessoas da comunidade, além de outros 22 estudantes em informática. Os 32 formandos receberam certificado de participação, sendo que os dez alunos alfabetizados ganharam uma declaração de encaminhamento e podem continuar seus estudos nas escolas públicas da região.

Segundo Shirley da Rosa Garrido, coordenadora da Profec (Programa de Formação e Educação Comunitária), uma organização não-governamental parceira do programa, a proposta do EJA é a inclusão social e cidadã. "Alguns dos participantes nunca estudaram ou deixaram a sala de aula muito cedo. Nosso trabalho é resgatar, de forma rápida, o conhecimento perdido para que eles possam dar continuidade a sua formação." Cada etapa do programa dura dez meses. O curso de alfabetização é aberto também a comunidades carentes do município de Tinguá.

Ainda que possibilite ao empregado ter melhores condições de se expressar em sociedade, o Programa colabora para o aumento da segurança nas atividades diárias de trabalho, pois facilita a compreensão dos procedimentos e sinalizações. "Minha maior vitória é ver as pessoas recuperarem aquilo que perderam. Muitos não sabiam nada. Foram resgatando letra por letra, juntando uma a uma para formar as palavras e agora já sabem muito. Estão conquistando a cada dia um pouco mais sua cidadania", ressaltou Maria das Graças Pinto da Silva Soares, professora do EJA.

Ler e escrever, ações rotineiras para a maioria das pessoas, não eram, por exemplo, para Expedila Brasilina Lopes. Com 58 anos de idade, nunca havia pisado em uma sala de aula. "Comecei no programa sem saber ler e escrever e hoje tenho orgulho de assinar meu nome." Graças ao curso, muita coisa melhorou no seu cotidiano. "Ficou mais fácil até mesmo pegar um ônibus." Prestes a se aposentar, Expedila não quer parar de estudar. "Vou ter mais tempo livre e não quero perder outras oportunidades."

Maria do Carmo Carneiro de Oliveira é outro exemplo de que a educação voltada para jovens e adultos pode dar certo. Com 61 anos de idade, ela trabalha como ajudante de Serviços Gerais no Terminal de Campos Elíseos há oito anos. Aluna da primeira turma do EJA, como já havia cursado até a terceira série Maria do Carmo precisou passar somente dez meses no curso. Depois de uma avaliação, foi encaminhada para a escola pública e em 2007 concluiu a oitava série. Atualmente, ela se dedica ao curso de Informática. "Graças ao EJA, consegui uma importante vitória na minha vida. Meu filho tinha parado de estudar na sexta série. Quando voltei para a sala de aula, ele viu meu empenho e quis concluir seus estudos. Agora, terminou o segundo grau", conta orgulhosa.

O Programa, iniciado em 2003 no Tecam (Terminal de Campos Elíseos), já formou 21 alunos no ensino fundamental nestes seis anos. As aulas são ministradas no próprio terminal depois do expediente, três dias por semana. O EJA capacita jovens a partir de 15 anos. No caso da Transpetro, a faixa etária é de 19 anos em diante. Além da alfabetização, são ministradas aulas de 1ª a 4ª série.