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Filme apoiado pela Transpetro é exibido no Festival de Cinema de Brasília

Entre os dias 17 e 24 de novembro acontece o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, considerado um dos mais importantes do País. Nesta 42ª edição foram inscritos 366 filmes, e 36 selecionados para a mostra. Entre eles está o documentário Perdão, Mister Fiel, do diretor Jorge Oliveira, primeiro apoio da Transpetro para o cinema.

O filme será exibido nesta quinta-feira (19/11), às 20h30 e às 23h30 durante o festival. Haverá também sessão em outras salas, como no CCBB de Brasília. “Participar de um festival tão importante quanto o de Brasília é a realização de todo diretor. Representa, também, a oportunidade de o Brasil conhecer uma das histórias mais obscuras da ditadura militar, que foi a morte do Manoel Fiel Filho, o operário alagoano morto sob tortura no DOI-Codi de São Paulo, em 1976”, ressaltou Jorge Oliveira.

Criado em 1965, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é o mais antigo do país. De lá para cá, sempre foi referência de crítica e propagação da sétima arte. Idealizado por Paulo Emílio Salles Gomes, crítico de cinema, o evento que nasceu no início da Ditadura Militar, sempre teve caráter contestatório, o que levou a sua proibição durante os anos de 1972 e 1974.

Perdão, Mister Fiel, longa-metragem de 95 minutos apoiado pela Transpetro, Petrobras e Eletrobrás, com apoio da Chesf, Engevix, Ceal e do governo de Alagoas, traz revelações inéditas sobre o período da ditadura no Brasil. Entre os entrevistados estão o presidente Lula, e os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, que falam sobre o regime militar, a tortura e os exilados. Um dos depoimentos, no entanto, vai criar polêmica: Marival Chaves, ex-agente do DOI-CODI, conta em detalhes como os torturadores agiam nos porões da ditadura, matando e esquartejando suas vítimas para que os corpos não fossem descobertos.

Segundo Jorge Oliveira, o filme discute também a participação dos Estados Unidos nas ditaduras da América do Sul. “Para isso, políticos e escritores foram ouvidos em Nova Iorque, no Chile e na Argentina. São pessoas que direta ou indiretamente foram envolvidas nos golpes militares desses países.”

O documentário foi rodado em Quebrangulo (AL), onde Manoel Fiel Filho nasceu, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília. Embora as cenas de reconstituição da história do operário tenham sido editadas em preto e branco, chamam a atenção os detalhes em cores em muitas delas, desde a sequência da viagem de Fiel para São Paulo, na década de 40, até sua morte, em 1976.